
Caríssimos amigos,
A liberdade de expressão é um dos pilares sobre os quais o regime democrático se apoia. Nossa Constituição garante o direito da livre manifestação das opiniões desde que esta opinião não incite atitudes preconceituosas ou a segregação social.
Venho, há alguns meses, usado os miniblogs Twitter (@carlosmmdias) e o meu perfil neste sitio (Facebook) para expressar minha opinião a respeito de uma série de questões. Nesse tempo, falei de política, futebol, corrupção e, nas últimas semanas, tenho falado sobre educação, mais especificamente sobre as mudanças na proposta pedagógica da faculdade em que leciono (Faculdade Pitágoras).
Infelizmente, desde ontem, tenho sido “acusado” de forma infundada por perfis “Fakes”. Sobre esta situação, gostaria de esclarecer:
- Não abro mão do meu direito constitucional de expressar minha opinião e lutar pelo que eu considero ser meu direito.
- Não aceito a crítica feita por covardes que não têm a hombridade de assumir suas opiniões.
- Respeito profundamente àqueles que discordam de minhas opiniões.
- Não abro mão de minha postura ética e transparente diante de meus alunos.
- Defendo um conjunto de princípios de conduta e valores norteados pela honestidade, transparência, liberdade, justiça e dignidade humanas. Não mudo de posição conforme a maré!
- Tenho orgulho de minha história de vida e do meu papel de educador.
- Repudio práticas fascistas, o assédio moral e qualquer outra prática que não respeite os valores acima explicitados.
Por tudo isso, fico à vontade para afirmar que nada que publico em meus miniblogs está fundamentado em falácias ou mentiras e que todos sempre têm todo o direito de discordar.
Se não concordo com as mudanças que estão ocorrendo na instituição em que trabalho e resolvo tornar minha opinião pública, é porque, antes de tudo, eu verifiquei as informações que estou divulgando.
Assim sendo, é fato:
- que a mudança do projeto pedagógico visa, exclusivamente, à diminuição de custos e ao aumento da margem de lucro da IES (conforme consta no balanço trimestral da instituição divulgado no mercado);
- que a mudança em curso irá provocar a demissão de aproximadamente 200 professores da unidade BH (fato confirmado junto a algumas lideranças da instituição, que me pediram reserva em relação à divulgação de seus nomes);
- que mesmo os professores que ficarem na instituição terão redução de, pelo menos, 1/3 em sua carga horária (mesma fonte);
- que em virtude dessas mudanças os alunos teriam menos horas/aula diárias que seriam complementadas por diversas atividades (conforme amplamente divulgado pela instituição em diversos veículos).
Dessa forma, por motivos óbvios, EU discordo da posição da instituição de que essas mudanças promoverão uma melhoria na qualidade da educação ofertada,. Afinal, como menos aulas podem melhorar a educação? Se concordasse com isso, eu estaria aceitando o fato de que o professor não é personagem fundamental na formação do aluno, o que é um verdadeiro absurdo!
Essas mudanças comprometem não só a qualidade da educação ofertada, como também a imagem de uma organização na qual, até o momento, eu tenho orgulho de trabalhar. Comprometem também a dignidade do trabalho docente ao substituí-lo por “atividades complementares”.
Por tudo isso EU apóio a iniciativa de meus colegas docentes e do Sinpro-MG em conduzir esse enfrentamento em nome não só dos nossos empregos, mas da educação de qualidade e da dignidade do trabalho docente. Nesse sentido, abraço a solidariedade dada pelo Sinpro-MG à mobilização pacífica e legítima dos estudantes na busca pelos seus direitos
Democracia é isso aí!
Agradeço a paciência pelo texto extenso, mas foi preciso!
Parabéns pelo texto, Carlos!
ResponderExcluirConcordo plenamente!
Alan
Muito legal da sua parte nos apoiar, acho você um professor muito honesto e não tem medo de repressarias...
ResponderExcluirParabéns pelo texto, estamos passando pelo mesmo processo de "Ditadura Pitágoras" em Divinópolis-MG tb pela msm instituição, pena que estamos aceitando isso "calados" pouquissimas pessoas com iniciativa para tentar mudar esse tipo de atitude, alguns como eu por não saber o que podemos fazer, outros por medo.
ResponderExcluirComo diria Jô Soares "Estamos no país mais CONFORMISTA do planeta".
Precisamos de mais "Carlos" em nossas instituições e tb no nosso país.
Professor, obrigada pelos bons exemplos, tanto em sala de aula, quanto fora dela.
ResponderExcluir=)
parabéns pelo texto, colega! estamos juntos nessa luta!
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